Quem me dera ver o pôr-do-sol O mundo deixar de ter, e começar a ser Vendo a dor pelos dedos escorrer A vida passar por nós, num instante sem perceber
Oh vida que brota nos campos E jorra por estas entranhas de concreto inox O emaranhado de gente que escorre E corre para o nada em busca de sorte Um corte no pulso, oh humanidade suicida A vida não é nada que importe E não há nada no mundo que pare esse choque
Vê, na estrada uma direção Que é feita pra ter, um rumo que nos traga outra visão Porque é difícil assim perceber, Que toda ambição é vaidade ter
Laços nos prendem acondicionados Nos vemos ilhados sem a solução Na luta da vida, a grande concorrência Onde a sobrevivência é a premiação
Uns se acovardam, uns roubam, uns matam A outros só resta mendigar o pão A humanidade precente a sua extinção.