O bandido e o mocinho São os dois do mesmo ninho Correm nos estreitos trilhos Lá no morro dos aflitos Na Favela do Esqueleto São filhos do primo pobre A parcela do silêncio Que encobre todos os gritos E vão caminhando juntos O mocinho e o bandido De revólver de brinquedo Porque ainda são meninos
Quem viu o pavio aceso do destino? ... do destino
Com um pouco mais de idade E já não são como antes Depois que uma autoridade Inventou-lhes um flagrante Quanto mais escapa o tempo Dos falsos educandários Mais a dor é o documento Que os agride e os separa Já não são mais dois inocentes Não se falam cara a cara Quem pode escapar ileso Do medo e do desatino
Quem viu o pavio aceso do destino? ... do destino
O tempo que é pai de tudo E surpresa não tem dia Pode ser que haja no mundo Outra maior ironia O bandido veste a farda Da suprema segurança E o mocinho agora amarga Um bando, uma quadrilha São os dois da mesma safra Os dois são da mesma ilha Dois meninos pelo avesso Dois pequenos Valentinos...
Quem viu o pavio aceso do destino? ... do destino
Compositor: Sérgio SampaioPublicado em 2005 (15/Jul) e lançado em 2005 (01/Ago)ECAD verificado fonograma #891617 em 14/Abr/2024 com dados da UBEM