Antigamente, nem em sonhos existiam tantas pontes sobre os rios Nem asfalto nas estradas A gente usava quatro ou cinco sinueiros pra trazer os pantaneiros Pro rodeio da boiada Mas hoje em dia tudo é muito diferente O progresso nossa gente nem sequer Faz uma idéia, que entre outros fui Peão de boiadeiro por este chão brasileiro, os heroís da epopeia Tenho saudades de rever as currutelas as mocinhas nas janela acenando com uma flor Por tudo isso eu lamento E confesso que a mancha do progresso é a minha grande dor Cada jamanta que eu vejo carregada Transportado um boiada já me aperta O coração, e quando olho minha traia Pendurada de tristeza dou risada Pra não chorar de paixão O meu cavalo, relichando campo afora Certamente também chora as mais triste solidão, meu par de esporas meu chapéu De abas largas, minha bruaca de cargas Um berrante e um facão O velho basto, o meu laço de mateiro O polaco é cargueiro o meu lenço e o jibão ainda falta a guaiaca sem dinheiro desse pobre boiadeiro, que perdeu a profissão Não sou poeta sou apenas um caipira E o tema que me inspira é a figra de peão Quase chorando meditando nesta mágoa Rabisquei estas palavras e me saiu esta canção Canção que fala da saudade das pousadas Que já fiz com a pionada junto ao fogo de um galpão Saudade louca de ouviu o som manhoso de um berrante Preguiçoso nos confins do meu sertão
Compositores: Alcides Felisbino de Souza (Nono) (AMAR), Elias Costa de Andrade (Indio Vago) (SBACEM)Editor: Editora Musical Corisco Ltda (AMAR)Publicado em 2005 (22/Nov) e lançado em 2006 (03/Mar)ECAD verificado obra #948 e fonograma #1067333 em 28/Out/2024 com dados da UBEM