A zira andava tão estranha Tão esquiva e fugidia Ninguém sabia o que ela tinha Ao tempo que não a via Aquela alzira, zira Não veio ao baile no domingo Nem veio no outro seguinte Quando voltou vinha diferente Vinha cheia de requinte Assim pintada até parecia A locutora da t.v. Tinha ido à manicura Fazer pestanas e sobrancelha Bordar os olhos com pintura E pôr nas unhas uma horrível cor vermelha
Ó alzira Que é que fizeste ao olhar Tinhas um azul-safira, zira Não era preciso pintar
Rapou as pernas com gilete E pôs no pé um tacão alto Dançou caía e não caía Num completo sobressalto Aquela alzira, zira Mas com o suor do baile A pintura desbotou A meio dum paso-doble Ela nem sequer notou E ficou um olho pintado E o outro meio borratado O meno rock fez chalaça Quando ela tentou a valsa E a zira não achou graça Tirou o sapato e foi-se embora assim descalça
Ó zira Deu-te para armar ao fino O teu pé assim não gira, zira Ele pede sapato latino
Ó alzira Que é que fizeste ao olhar Tinhas um azul-safira, zira Não era preciso pintar
Compositor: Carlos TêPublicado em 1990 e lançado em 2014 (18/Set)ECAD verificado fonograma #11141967 em 29/Out/2024 com dados da UBEM