Sorriste-me junto ao rio Quando de febre eu morria entre delirio palustres e suores me consumia eu ardia em fogo lento quando me deste agasalho passaste em mim um unguento muito mais fresco do que orvalho
Redimiste-me nativa as penas do meu degredo mantiveste a minha alma viva por ti voltei a ser ledo adorei deus em heresia dei-lhe outra façe sagrada e a nossa volta no chao foi crescendo uma erva mestiçada
Deste-me conchas do mar e um sorriso na boca e eu nada tinha pra dar que se comparasse em troca
Dei-te os ferros da razão dei-te o valor do metal plo castigo e o perdão e a gramática do mal dei-te a dor no cruxifixo dei-te a cinza do prazer se não fosse eu era outro e antes eu do que um qualquer
Dei-te a minha lingua mãe na tarde desse vagar o meu bem mais precioso que eu tinha pra te dar
E esse meu falar antigo de branco fez-se mulato um dialecto criolo um viço novo no mato
Compositores: Carlos Alberto Gomes Monteiro (Luis G Claro) (SPA), Rui Manuel Gaudencio Veloso (Rui Veloso) (SPA)Publicado em 2003 e lançado em 2013 (27/Nov)ECAD verificado obra #7095242 e fonograma #6129632 em 28/Out/2024 com dados da UBEM