Este chão abençoado Tão disposto a céu aberto Esquecido pelo homem Agora vira um deserto
São pedaços de riqueza Devorada como a peste Veio a seca e tomou conta Do sertão do meu Nordeste
Seu dotô o quê que eu faço Pra acabar com tanta mágoa Entre nuvens de poeira Tudo é seca e não tem água
Na cacimba só tem lama E o açude virou pó Nos olhos daquela gente Corre pranto que faz dó
Minhas vaquinhas morreram Meu jumento já se foi Só resta lá na caatinga A carcaça do meu boi
É assim que a gente sente Lastimando a sorte ingrata Tenha dó da nossa gente E ajude um cabeça chata
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Ranulfo Ramiro da Silva (Xavantinho) (ABRAMUS)Editor: Miramar (ABRAMUS)Publicado em 2001 (01/Mar)ECAD verificado obra #1148705 e fonograma #1424258 em 13/Abr/2024