Vivi povo e multidão sofri ventos sofri mares passei sede e solidão muitos lugares sofri países sem jeito p´r´ó meu jeito de cantar mordi penas no meu peito e ouvi braços a gritar
e depois vivi o tempo em que o tempo não chegava para se dizer o tanto que há tanto tempo se calava
vivi explosões de alegria fiz-me andarilho a cantar cantei noite cantei dia canções do meu inventar
cantarei cantarei à chuva ao sol ao vento ao mar seara em movimento ondulante, sem parar
Hoje resta-me este braço de guitarra portuguesa que nunca perde o seu espaço e a sua beleza hoje restam-me os abraços
nesta pátria viajada dos que moram mesmo longe a tantos dias de jornada
dos que fazem Portugal no trabalho dia a dia e me dão alma e razão nesta porfia
por isso invento caminhos mais cantigas viajantes e sinto música nos dedos com a mesma força de antes cantarei cantarei à chuva ao sol ao vento ao mar seara em movimento ondulante, sem parar