Não tenho nada no mundo O meu pai me desprezou Minha mãe morreu tão moça Minha mulher me deixou
O meu gado na invernada Veio a peste e matou Meu café de cinco anos Uma geada sapecou
Depois que eu tive essa quebra Comecei nova empreitada Eu podei meu cafezal Comprei gado pra invernada
Mas a sorte foi madrasta Desta vez foi a queimada O que eu tinha virou cinzas Outra vez fiquei sem nada
Um restinho que eu tinha De reserva lá no banco Tirei pra fazer negócio Tentei dar um novo arranco
Mas ainda não deu certo Levei o terceiro tranco Meu desgosto foi tão grande Fiquei de cabelo branco
Hoje vivo conformado Com o que a vida me deu Pois olhando para o mundo Há quem sofra mais que eu
Que apesar de perder tudo Sou feliz nos dias meus Pois não perdi neste mundo É a fé que tenho em Deus
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Diogo Mulero (Palmeira) (UBC)Publicado em 2010 (01/Set) e lançado em 1966 (02/Fev)ECAD verificado obra #4130403 e fonograma #1768248 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM