Quero que o sol Não invada o meu caixão Para a minha pobre alma Não morrer de insolação
Quando eu morrer, Não quero choro nem vela, Quero uma fita amarela Gravada com o nome dela. Se existe alma Se há outra encarnação Eu queria que a mulata Sapateasse no meu caixão Não quero flores Nem coroa com espinho Só quero choro de flauta Violão e cavaquinho Estou contente, Consolado por saber Que as morenas tão formosas A terra um dia vai comer. Não tenho herdeiros Não possuo um só vintém Eu vivi devendo a todos Mas não paguei a ninguém Meus inimigos Que hoje falam mal de mim, Vão dizer que nunca viram Uma pessoa tão boa assim.
Compositor: Noel de Medeiros Rosa (Noel Rosa) (UBC)Editor: Mangione & Filhos (ABRAMUS)Publicado em 1995 (01/Ago)ECAD verificado obra #1848 e fonograma #400828 em 11/Abr/2024