Há uma década, o renomado artista australiano Nick Cave, da banda Nick Cave and The Bad Seeds, tem lidado com a perda do filho Arthur, que faleceu tragicamente aos 15 anos, após cair das falésias de Ovingdean Gap, em Brighton, Inglaterra, em 2015.

Desde então, Cave expressa como esse luto transformou sua vida, mesmo que a dor permaneça.

Recentemente, em seu site Red Hand Files, onde frequentemente responde a perguntas de fãs, o artista descreveu como ele e sua esposa Susie têm enfrentado o sofrimento.

"A dor permanece, mas eu descobri que isso evolui ao longo do tempo. O luto floresce com a idade, tornando-se menos uma afronta pessoal, menos uma traição cósmica, e mais uma qualidade poética de ser, à medida que aprendemos a nos render a ele," compartilhou Cave.

“Quando nos deparamos com a injustiça intolerável da morte, o que parece insuportável acaba por não ser insuportável. A dor se torna mais rica, profunda e cheia de nuances. Ela passa a parecer mais interessante, criativa e bela", acrescentou.

O músico acredita que seu luto faz parte de uma "história humana comum", aproximando-o de Deus.

"Vejo o coração partido como a resposta mais proporcional ao estado do mundo — dizer 'eu te amo' é dizer 'meu coração se parte por você', e esse sentimento ressoa em todas as coisas," ele escreveu.

Para Nick Cave, a tristeza agora integra seu cotidiano, misturando risos e lágrimas. Ele relatou ter lido sua reflexão para sua esposa, que concordou com ele sobre a melhora das coisas com o tempo.

Cave mencionou que, enquanto o doloroso processo de luto continua, ele se encontra vivendo no "coração radiante do trauma".

A morte de Arthur não foi o único golpe para a família; em 2022, o filho mais velho de Nick Cave, Jethro Lazenby, também faleceu.

Esses eventos mudaram profundamente a perspectiva do artista sobre a vida. Anteriormente deslumbrado com seu próprio gênio, Cave afirmou ter encontrado mais valor em papéis como pai, esposo e avô.

Além de Arthur, Cave é pai de Earl, gêmeo de Arthur, e de Luke. Ele aborda o luto como uma parte inescapável da condição humana, um processo que nos transforma à medida que envelhecemos, fazendo-nos "criaturas da perda".