Eu vi a flor se agarrando Às asas de um colibri Ela implorava chorando Vê se me leva daqui.
A vida vai se acabando Ai, ai, ai, Nesse planeta infeliz.
À boca grande do homem A terra já não resiste O bicho foge do incêndio O passarinho está triste.
Guariba cega e queimada Ai, ai, ai, Pergunta se Deus existe.
Quando o Tietê tá espumando Ou quando a baleia berra Às vezes fico pensando Quem sabe é melhor a guerra.
É hora de ir embora Ai, ai, ai, E deixar livre esta terra.
De que valeu o progresso? Pra que as duas culturas? Um mundo louco possesso Doença ao invés de fartura.
Queria ser um morango Ai, ai, ai, Inteligência é loucura.
Que seja um homem feliz Quem tem num bicho um irmão Quem deite e acorde sorrido E ensine ao filho o perdão.
Que seja a minha riqueza Ai, ai, ai, O que couber nesta mão.
Compositor: Moacyr de Oliveira Franco (Moacyr Franco) (UBC)Editor: Torremolinos (UBC)Publicado em 1992 (07/Jul)ECAD verificado obra #20448123 e fonograma #10709 em 08/Abr/2024