Marcello Gugu

Cão

Marcello Gugu

Até Que Enfim Gugu


Lembro como se fosse ontem, seus olhos sobre os meus
Uma montanha russa feita só com os erros de Deus

A vida me deu pólvora sabor flã
E seu colo igual minha cama, numa segunda de manhã

Fez a textura dos seus lábios, cerol e framboesa
E seus suspiros vírgulas
que em frases matam minhas certezas

Assassinos por natureza, o ódio sabe nosso nome
E é lindo como o seu soa junto ao meu sobrenome

Seu toque é pedra pomes em cortes de bisturi
E o nosso encontro é o suicídio mais doce que eu já vi

Fui seu Cassiano, te fiz minha Rita Lee
E nosso beijo salada mista era chumbo e chantilly

Um crime passional, o rádio que cai numa hidro
Um abatedouro com paredes feitas de vidro

É minha falsa segurança, o filtro do meu Malboro
O papa falando em pobreza sentado num trono de ouro

Foi meu bem, meu tesouro, hoje é guizo cascavel
Nossas brigas são sarais numa torre de babel

Sua voz é meu céu, mas Deus é testemunha
Que quando te ouço sinto agulhas
entrarem embaixo da minha unha

Fomos feitos um para o outro, mas pra mim não dá mais
Nosso romance é um elefante numa loja de cristais

Eu te amo demais, mas hoje consigo entender
Que eu só vou ter paz quando tiver longe de você

Ver você e não poder te tocar
É viver sem nem saber o que é amar
Não quis perder, mas precisei te deixar
Pois eu cansei de sofrer e não quero te machucar

Eu sou uma arma, cuspo farpas numa prece oca
Derreto a realidade igual açúcar na minha boca

Triste como cruz de estrada e amor cínico
Espalho teus sonhos numa parede
nas cores de vinho químico

Você é uma bala, adoro como você canta
É quase Aretha Franklin com um câncer de garganta

Santa como a inquisição, a guerra num quebra luz
O pai nosso por Charles Manson
enquanto a Klan queimava a cruz

Doces de alcaçuz, drinks de chorume
Rindo alto até os anjos pedirem pra abaixar o volume

Over de lança perfume em madrugadas juvenis
Onde universos colidiam ao som de nossos quadris

Eterna miss Saravejo, seu psiu é um gatilho
Que costura o silencio na boca das mães
que perderam os filhos

O brilho do seu sorriso faz do flerte um tiroteio
Você é um sonho de valsa com uma vespa de recheio

Nossa transa é loucura, coisa de pele
Deixamos marcas de amor em lençóis do Iml

Chernobyl madamoisele traz o luto na tez
E faz do espaço entre seus lábios um corredor polonês

A gente junto é estupidez, acabou o encanto
Nossos mimos e carinhos se transformaram em quebranto

Cada um pro seu canto e hoje eu me pergunto a esmo
Nos livrai-nos do mal seria nos livrai-nos de nós mesmos!

Ver você e não poder te tocar
É viver sem nem saber o que é amar
Não quis perder mas precisei te deixar
Pois eu cansei de sofrer e não quero te machucar

Amar é quase como dar uma arma na mão
de quem você ama
Essa pessoa vai ter o poder
de te fazer sofrer a hora que ela quiser
Bem, eu dei a você uma arma
E se você sente a mesma coisa que eu sinto por você
Troque as balas por beijos
Porque dessa forma, se um for morrer pelo outro
que seja de amor
Compositor: Desconhecido no ECADIntérpretes: Anderson Leite (UBC), Marcello de Souza Dolme (Marcello Gugu) (UBC)Publicado em 2013 (26/Mar) e lançado em 2013 (30/Abr)ECAD verificado fonograma #3143412 em 24/Abr/2024 com dados da UBEM

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