tocas as flores murchas que alguém te ofereceu quando o rio parou de correr e a noite foi tão luminosa quanto a mota que falhou a curva - e o serviço postal não funcionou no dia seguinte
procuras ávido aquilo que o mar não devorou e passas a língua na cola dos selos lambidos por assassinos - e a tua mão segurando a faca cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado dos amantes ocasionais - nada a fazer
irás sozinho vida dentro os braços estendidos como se entrasses na água o corpo num arco de pedra tenso simulando a casa onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia
Compositor: Ary Dos Santos/jorge PalmaPublicado em 2004 e lançado em 2014 (23/Mar)ECAD verificado fonograma #6096277 em 21/Abr/2024